A toponímia reflete a história do lugar. Não se sabe ao certo a origem do nome de todas as ruas, e ainda menos quando se trata de freguesias consideradas da periferia.
Paranhos é uma freguesia antiga, que só a partir do ano 1837 passou a integrar a cidade do Porto, tendo pertencido até aí à antiga Terra da Maia.
Alguns historiadores defendem que Paranhos quer dizer "amparado ou defendido por honra".
Outros acreditam que Paranhos, sendo uma zona rural, terra de boas pastagens e gado, em alturas de intempérie, os pastores abrigavam-se em casotos. Dizia o povo que esses casotos eram mais próprios PARA-ANHOS (cordeiros), daí ter surgido o nome de Paranhos. Os nomes das ruas, frequentemente resultam no nome de antigas aldeias, quintas e campos.
Regado, Agueto, Couto, Lamas, Tronco, Carvalhido, Vale, Cruz da Regateira, Antas, Travessa, Amial, Azenha, Bouça e Cabo remetem para o nome de pequenas aldeias que havia nesta zona. Outeiro, Casal, Azenha, Telheira, Agra, Estrada, Monte Velho, Eira, Padrão, Pereira, Tojo de Lamas, Gandra do Vale, Aval, Covelo, Cortes, Regueiras, Asprela eram nomes de quintas.
Muitos destes nomes foram ficando, por exemplo, a Travessa da Bouça, das Cortes, da Asprela; as ruas do Amial, Azenha, Aval de Cima e de Baixo, Covelo, Arroteia...
Houve algumas mudanças drásticas. Onde hoje se chama de Praça de Marquês do Pombal, até 1882 era conhecido como o Largo da Aguardente. Na igreja Nossa Senhora da Conceição, que fica nesta praça, está o ponto visitável mais elevado da cidade. É possível subir à torre da igreja, com o custo simbólico de 1€, valor usado para ajudar a pagar as obras de reparação.
A Rua de Costa Cabral fica no limite das freguesias de Bonfim com Paranhos e, prolonga-se até à Estrada da Circunvalação, na Areosa. Apesar do nome oficial, em honra do ministro do reino, António Bernardo da Costa Cabral, os portuenses preferiam chamar-lhe a "Estrada da Cruz das Regateiras", uma vez que atravessava o atual Largo da Cruz, na altura "Cruz das Regateiras". O repúdio pelo nome oficial era tal que em 1851, quando o ministério de Costa Cabral caiu, a população derrubou a pedra que, junto à Praça do Marquês de Pombal, assinalava a designação da rua. Ainda assim, o nome Costa Cabral manteve-se.
É a rua mais comprida da cidade do Porto e em tempos, uma das mais importantes ruas de comércio. É nesta rua que fica a Casa Museu Fernando de Castro. Quem passa na rua não suspeita que esta casa está a transbordar de talha, pintura, cerâmica e livros, colecionados ao longo da vida deste negociante, poeta, caricaturista.
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